segunda-feira, 24 de março de 2008

PCB se manifesta pela paz na América Latina e repudia a agressão do governo fascista da Colômbia ao Equador

No dia 06 de março de 2008, milhares de pessoas se manifestaram, em todo o mundo, em homenagem às vítimas do paramilitarismo e dos crimes de Estado que imperam na Colômbia há muitos anos, e contra a invasão do território equatoriano pela força aérea e pelo exército colombiano para assassinar Raul Reyes e cerca de vinte ativistas políticos e combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - as FARC. A agressão ao Equador, em desrespeito às leis internacionais, foi reconhecida pela Organização dos Estados Americanos - a OEA - em sua resolução de 05 de março.

Esta ação comandada pelo presidente Uribe, da Colômbia, a serviço do império, é uma clara provocação contra o intercâmbio humanitário e contra qualquer possibilidade de paz na região. O fascista Uribe agrediu, num só ato, as FARC, o Equador, a Venezuela. Agrediu toda a América Latina, todos os que lutam por paz e justiça social.

A agressão contribui para aumentar a tensão, precisamente no momento em que as FARC - grupo de esquerda beligerante em guerra contra o governo colombiano e por reformas sociais de fundo no país -- se propõem a dar um importante passo para a Paz, exigindo o reconhecimento internacional de seu caráter de organização política armada em luta e não de grupo terrorista, como mentem a grande imprensa, os governos e diversos grupos de direita da Colômbia, dos EUA e de outros países.

A direita, as grandes empresas transnacionais, os grandes proprietários de terra colombianos, os narcotraficantes e seus comparsas, os governos dos EUA e de seus aliados precisam prosseguir com a guerra na Colômbia, seja para manter presença militar americana permaneça no país, seja para impedir que o debate político cresça na Colômbia, com a participação das FARC como organização política não armada, evitando, assim que os verdadeiros problemas da Colômbia, como a miséria e o desemprego, sejam efetivamente enfrentados.

Este aumento de tensão criado por Uribe é uma tentativa de forçar uma intervenção militar americana na Colômbia, sob o falso pretexto de combater os "narcotraficantes". Este é um discurso cínico, pois o próprio Uribe é apoiado pelos narcotraficantes. Na realidade, a intenção é desestabilizar os governos progressistas de Chávez, na Venezuela, de Morales, na Bolívia, de Correa, no Equador, para fragilizar o processo de mudanças no rumo da justiça social que vem se dando na América Latina, para garantir a exploração das riquezas naturais - com destaque para o petróleo da Venezuela e do Equador, membros da OPEP, e dos trabalhadores destes países pelo grande capital internacional, para impedir o avanço da construção do socialismo. Além disso, Uribe quer impedir a libertação de Ingrid Betancourt - virtual candidata à presidência da Colômbia - num momento em que o próprio Uribe tenta negociar a possibilidade de seu terceiro mandato com o Congresso colombiano.

O quadro é de extrema violência: entre 1982 e 2005, 4 milhões de pessoas foram deslocadas de suas casas e de suas cidades pelos grupos paramilitares que operam em conjunto com o exército. Mais de 15.000 colombianos são dados como desaparecidos, mais de 1.700 índios, 2.550 sindicalistas e mais de 5.000 membros da União patriótica foram assassinados, muitos foram torturados antes de morrer. Entre os mortos há também muitos parlamentares de esquerda. Recentemente, foi assassinado, em território venezuelano, um dirigente da Juventude Comunista da Colômbia, a JUCO.

Neste período, mais de 6 milhões de hectares foram tomados dos camponeses pelos grupos paramilitares. Muitos grupos paramilitares mantiveram-se ativos, mesmo depois de sua desmobilização oficial, em 2002 (chamam-se, agora, "águias negras"), tendo cometido, desde então, massacres, desaparecimentos forçados e assassinatos. Muitos paramilitares estão em cargos públicos. A população colombiana desconhece estes fatos, pois há uma forte censura exercida pelo governo sobre os meios de comunicação daquele país.

As manifestações de 06 de março foram uma às vítimas dos crimes do Estado colombiano e um veemente repúdio à agressão operada pelo governo Colombiano ao Equador, exigindo o fim da exclusão e da pobreza, o fim da falta de atendimento médico adequado para a maioria da população colombiana, o fim do analfabetismo, exigindo emprego e moradia para todos os colombianos, e o fim do narcotráfico.

O Partido Comunista Brasileiro se solidariza com as vítimas dos crimes do Estado colombiano, repudia a agressão de Uribe ao Equador, exige a Paz e reconhece a justeza do pleito das FARC pelo seu reconhecimento internacional como grupo político beligerante como um passo importante para a conquista da paz e do desenvolvimento com justiça social naquele país.

FORA O GOVERNO FASCISTA DA COLÔMBIA.
FORA O IMPERIALISMO DA AMÉRICA LATINA.
SOLIDARIEDADE AO EQUADOR, À VENEZUELA E ÀS FARC.
PELA PAZ NA AMÉRICA LATINA
UM TRIBUTO A RAUL REYES.

Partido Comunista Brasileiro - Comissão Política Nacional

Nenhum comentário: